quinta-feira, 24 de junho de 2010

Análise contrastiva dos NPP face aos actuais II

Repare nas designações dos domínios do programa de 91 e compare-as com as competências específicas do programa de 2009. Estas diferenças resultam de concepções diferentes e têm também implicações no trabalho da disciplina de Português.

Se em 91, o programa estava organizado nos domínios do ouvir/falar, ler, escrever, atribuindo-se um maior peso aos conteúdos nucleares e tendo o funcionamento da língua uma dimensão transversal, o presente programa permite ao professor uma maior autonomia na gestão dos programas, tendo em conta a realidade concreta das turmas e dos alunos de Português. Neste âmbito, surge o professor orientador, agente de mudança e concretizador do currículo, a cargo do qual estará a elaboração dos planos trimestrais, das sequências de actividades e os planos de aula.

A definição das cinco competências previstas agora, a saber compreensão do oral, expressão oral, leitura, expressão escrita e conhecimento explícito, aparece em 2001, no Currículo Nacional do Ensino Básico de Língua Portuguesa, o qual já apontava para metas a atingir, tais como a compreensão de discursos, as interacções verbais, a leitura como actividade corrente e crítica, a escrita correcta, multifuncional e tipologicamente diferenciada entre outras, no final de cada ciclo de escolaridade, para cada uma destas competências, assegurando a continuidade do processo ao longo dos três ciclos do Básico.

Podemos verificar que o novo programa não faz tábua rasa do anterior. A designação de competência parece complementar a de domínio, pois o aluno não só terá de conhecer como ter capacidades para pôr em prática conhecimentos, segundo o “slogan” aprende-se fazendo. A este respeito, sublinhe-se a importância, em actividades inerentes a esta disciplina, da transversalidade das TIC, das oficinas de escrita, da biblioteca escolar e dos laboratórios de língua.