domingo, 20 de junho de 2010

Progressão entre ciclos na competência do CEL

Escolha uma competência e mostre como evolui (apenas) um resultado esperado do 1º ciclo para o(s) seu(s) correspondentes do 2º e do 3º ciclos.

Relativamente a esta questão colocada pelo nosso formador e no que concerne ao Conhecimento Explícito, a nossa escolha recaiu sobre o uso correcto da pontuação, atendendo ao facto da colega Melânia, que integra este grupo de trabalho, ter já apresentado o seu "TPC", neste âmbito.

De acordo com os dois momentos que constituem o 1º ciclo, os alunos deverão saber manipular e comparar dados para descobrir regularidades no funcionamento da língua, com vista à aprendizagem de novas convenções sobre o modo como o texto se organiza, utilizando correctamente a pontuação. Quanto a propostas de actividades dirigidas ao 1º momento, sugere-se a redacção de frases ou de pequenos textos com o recurso à enumeração. No 2º momento, propõe-se a não utilização da vírgula entre o sujeito e o predicado a partir da escrita de textos.

Os quatro anos que constituem o 1º ciclo de estudos deverão possibilitar aos alunos o exercício efectivo da escrita, através da produção de textos pessoais e criativos, regulados por modelos, e proporcionar a aquisição de regras, normas e procedimentos no âmbito da estrutura, da organização e coerência textuais. Em suma, pretende-se ampliar a consciência linguística de modo a transformar progressivamente o conhecimento implícito em conhecimento explícito.

Quanto ao resultado esperado para o 2º ciclo “ descobrir regularidades na estrutura e no uso da língua, com base em práticas de experimentação”, é de particular relevância que o aluno aprofunde a relação com o texto escrito, produzindo mensagens cada vez mais em autonomia. Assim, o conhecimento explícito da língua será também responsável pela melhoria das outras competências, nomeadamente da escrita. Neste ciclo de estudo, prossegue a já iniciada actividade de descoberta, reflexão, explicitação e sistematização de conhecimentos sobre a língua, contudo o aluno, para além de saber memorizar definições de termos, deverá ser capaz de utilizar correctamente e em contexto os conceitos exigidos. Como actividades a desenvolver no tocante à pontuação e tendo como ponto de partida os graus de proficiência alcançados no final do ciclo anterior, propõe-se um trabalho de carácter experimental e oficinal que se traduz na implementação de uma oficina de escrita.

Sobre o 3º ciclo “reflectir sobre o funcionamento da língua para, a partir da realização de actividades de carácter oficinal, analisar e questionar os sentidos dos textos”, preconiza-se a capacidade para a produção de textos em português padrão com o recurso a vocabulário cada vez mais diversificado e a estruturas gramaticais mais complexas, fazendo uso correcto dos sinais de pontuação. Os alunos, quando chegam ao 3º ciclo, já experimentaram inúmeras situações de aprendizagem. Cabe ao professor saber articular devidamente essa mais-valia, aprofundar conhecimentos, apoiando na apropriação de mecanismos textuais progressivamente mais complexos. Sublinhe-se, então, a pertinência de criar uma Oficina da Língua, onde os alunos poderão articular o seu trabalho com as diversas actividades de leitura e de escrita, que visem a análise, a manipulação e a reflexão de diferentes aspectos da língua.