quinta-feira, 3 de junho de 2010

Reflexão Crítica



Designação da Acção: Formação para os Novos Programas de Português do Ensino Básico

Formador: Luís Filipe Palma Redes Ramos

Formanda: Maria Manuela Mateus Saturnino

A minha pátria é a língua portuguesa.

Fernando Pessoa

Rumo ao sucesso na minha função de docente, parti nesta viagem, à laia de desafio, consciente que iniciava a mais abrangente e ambiciosa acção de formação, com o objectivo de abordar temas prementes relacionados com a leccionação da minha disciplina, de acordo com as previstas mudanças.

Afigurava-se-me, à partida, a melhor possibilidade para, em conjunto com os meus colegas (formador e colega do 3º Ciclo) que me haviam convidado, poder actualizar-me face à inadiável implementação dos Novos Programas que seguiriam o actual, datado de 91.

Acedi. Ter bilhete de entrada nesta acção, se, por um lado, era uma honra, tornava-se a pouco e pouco numa tarefa árdua, porém gratificante, pelo que amiúde recebia de cada sessão, nas reflexões sobre a prática exercida e na concretização dos trabalhos. À medida que o trabalho na Escola com os meus alunos se avolumava, igualmente se adensava o “trabalho de casa” que a formação exigia, e vi-me não raras vezes a pensar desistir.

Parti. Tinha como premissa o actual programa, secundado por quatro documentos de referência (Novos programas de Português, dicionário Terminológico, Níveis de Desempenho, Currículo Nacional), e pela frente 50 horas presenciais e 70 horas de trabalho, em linha, a realizar na plataforma da acção. Pretende a presente reflexão crítica constituir uma “revisão” de tudo o que consegui realizar, neste percurso da minha formação, no decorrer de 120 horas, não só individualmente, como também em parceria com a minha colega representante do 3º Ciclo e conjuntamente com o grupo de trabalho do qual fiz parte integrante. Refiro-me, aqui, ao espírito de turma tão conseguido, à forma participada e muito positiva com que todos os formandos, sem excepção, se envolveram no desenvolvimento da sua formação, encorajados que eram ao debate e à reflexão.

Relativamente à metodologia usada, de referir ter sido largamente proporcionada a troca de experiências, tendo havido também real articulação entre a teoria e a prática profissional, bem como exposições claras e esclarecimento em tempo útil de quaisquer dúvidas suscitadas pelos formandos. Sublinho ainda o carácter funcional da acção que em muito contribuiu para me enriquecer em conteúdos e materiais, aptos a usar em contexto de sala de aula. Um conjunto diversificado de documentos foi desenvolvido e partilhado, muitas vezes realizado de forma silenciosa mas consistente, que seguramente irá produzir os seus frutos, aquando da implementação do projecto.

Conheço efectivamente as linhas de orientação preconizadas pelos NPP (uma pedagogia assente no paradigma reflexivo que concebe o professor enquanto gestor do programa e agente do desenvolvimento curricular…); domino procedimentos didácticos coerentes com essas orientações; compreendo a articulação inter-ciclos, em cada uma das cinco competências, consubstanciada no princípio da progressão à luz da noção de que o processo de ensino e de aprendizagem do idioma progride por patamares sucessivamente consolidados; entendo o lugar importante que as TIC, como recurso transversal, deverão ocupar na aula de Português, um suporte para diferentes aprendizagens; reconheço a valorização da Língua como herança cultural e como prática que se vive em cada momento.

Neste blog, concebido como resenha de um trabalho plural em tempos de mudanças profundas, procuro também sensibilizar todos os docentes, seja qual for a sua área disciplinar, no sentido de cultivarem uma relação com a língua norteada pelo sentido do rigor e pela exigência de correcção linguística.

“O que importa é partir, não é chegar.” Faço minhas as palavras do poeta. Esta viagem não acaba aqui. Teve um óptimo sinal de partida. As metas ficam para depois.